De fato
entendo que manifestações são reflexo da democracia arraigada, e
muito jovem, plantada em nosso país por movimentos de outrora. O
grande confronto de semana passada simbolizou o despreparo de
manifestantes/policiais, gerando agressões de ambos os lados. O
inimigo é a polícia (em alguns casos, talvez)?! Não. O inimigo é
o falso-estado-democrático-de-direito! Balas de borracha, bombas de
efeito moral? Uma ova!! Vários jornalistas foram agredidos durante
os manifestos, tiveram seus equipamentos quebrados e levaram tiros
“não letais”. A policia não desce o sarrafo sem ordens, e essas
vieram do estado. Prova disso que as manifestações seguintes estão
menos repreendidas pela “lei”.
Esse é o
mundo em que vivemos, onde uma leva de pessoas vai as ruas lutando
(as vezes literalmente) contra um sistema dominante, onde tudo é
proibido, desde que não seja do meu/seu interesse, tudo é errado
desde que não seja o meu/seu ponto de vista. A democracia não
existe, eu disse: NÃO EXISTE! O conceito básico seria o mesmo
daquele povo lá: Liberdade, igualdade e fraternidade. Mas não temos
liberdade em nenhum aspecto. Igualdade? Nunca. Em um país onde
existem cotas raciais, bolsas de A a Z, e gente se matando pra ganhar
um salário mensal, que um traficante paga semanalmente para o seu
“Vapor”, definitivamente não podemos falar que existe igualdade.
Fraternidade: A palavra mais demagoga que existe. Fraterno com o
próximo, mas só quando esse compactua de meus/seus pensamentos e
atitudes?! Todos nós somos do “farinha pouca? meu pirão
primeiro”. Mentira de quem disser que não.
Ah, como
é bom ver (de longe) essas manifestações, dá uma sensação
de...de...será que “eles” sabem mesmo o que querem?! Duvido
muito. O que era pra ser uma ato isolado contra o aumento da passagem
de ônibus em São Paulo, ganhou proporções “titânicas”, sim
titânicas, porque essa é a força que os manifestantes acham que
possuem. Gritos e estardalhaços de maneira desorganizada(organizada
em redes sociais como um trote de universidade, ou confronto de
torcidas) com cartazes de protestos contra – não são só vinte
centavos- e sim tudo e todos. O estopim foi a passagem de ônibus,
mas algo já havia sido articulado antes, só não se sabia ao certo
qual seria melhor data para iniciar o “levante”. Fica claro que
os manifestantes não sabem bem o que reivindicar, ir pra rua pra
fazer volume não adianta se não há um objetivo. Gritar e fazer
cartazes pra aparecer na TV e contar pros filhos/netos “olha eu
estive lá” - sem que isso tenha de fato gerado alguma mudança,
servirá apenas para ostentar a posição de revolucionário de meia
tigela, o que de fato boa parte é.
Na
verdade, há uma confusão de ideias e ideais nessa revolução
física/digital. Protestar por protestar eu faço todo dia, de
maneira bem/mal humorada e sem correr o risco de tomar um tiro. Ponto
de impacto, perspectiva, objetivo, ideia de como se portar melhor
perante a sociedade, pensar numa solução do que é melhor e o que
agradaria ao senso coletivo, mudança de postura, atitude relativas
ao interesse que não seja o próprio, cadê? Não tem! Infelizmente
a maior parte dos manifestantes tem lado, todos nós temos um
lado(negro ou não) ao qual seguimos. Isso reflete nos atos criando
um jogo de interesses tremendo, ofuscando a “boa intenção” do
manifesto. De fato, devíamos ir as ruas com algo mais concreto para
reivindicar, algo mais possível e “palpável” e não com
cartazes de "Não jogue fora seu voto", "Saiba votar",
"Proteste nas urnas", que em minha opinião, soa tão vago
quanto uma candidata a miss - leitora de O pequeno Príncipe –
desejando a “Paz mundial”.
Não
obstante, um dia após a “retomada” do congresso, a nobre
comissão dos direitos humanos, aprova algo abominável denominado de
“Cura Gay”, what
a fuck?! Pessoal,
a religião é a maior responsável pela alienação da humanidade,
falo de TODAS as religiões. Onde é possível um desorientado como o
pastor (com cara de ex-travesti) Feliciano lutar pra curar algo que
não é doença? E a bancada religiosa (boa parte bem corrupta) que
habita a política nacional vai levar em diante a votação, porque
está escrito naquele “livrinho de regras” - já falei sobre ele
antes – que é errado e por isso é doença. Errado é ver pessoas
levantando todos os dias, lotando templos e elevando o olhar e
aplaudindo o que esses filhos-da-puta-divinos pregam. Errado é ver
gente humilde sendo ludibriada pela tão sonhada “salvação”.
Descobri porque são ovelhas, ou rebanho, ou qualquer outro nome que
dão, porque são animais com a face inexpressiva, sem vida, já
sugados até a alma(se é que existe uma) indo rumo ao abatedouro,
todos sendo guiados pela batida do cajado pastoral. Mas isso é uma
outra história...