Dentro
de uma cabeça atemporal que não acreditava ser um doutor, padre ou
policial, vivia uma baiano encharcado de maluquês, claro que pra
fugir da loucura e da velha lucidez cotidiana, muitas vezes recorria
à substâncias que antecipou sua partida para o outro lado.
Mal
visto pelos radicais conservadores, marginalizado pelos “pais” do
A.I 5, um tolo com muito ouro mental, tão inocente que queria mudar
o pensamento das pessoas e criar um terremoto capaz de implodir os
paradigmas sociais.
Criar
sua própria sociedade ele queria, onde esperar papai noel seria
livre, independente de qualquer coisa.
A
mutação ambulante, como se autodenominava ,também tinha o
romantismo de um poeta europeu entalhado em cordel, com suas
indagações e questionamentos pertinentes e inconsequentes,
acreditava no amor tanto quanto no pecado original.
Abrir
os olhos sem precisar usar colírio, sem recorrer a Dr. Pacheco
nenhum, na fusão entre homem/animal se destacava pelo incomodo que
causava.
Passou
pelo período brabo, tinha que se esconder com amigos quando pensava
em fumar um cigarro e trocar uma ideia.
Mas
continuou ali, firme, driblando a censura, sendo a mosquinha chata e
pousando nos charutos e sopas dos coronéis.
Um
Da Vinci musical, um homem à frente, alerta, com o mundo e não
consigo mesmo.
Homero
de canções populares, um Dante que sucumbiu a seu próprio inferno.
Infelizmente
tinha outros planos astrais a percorrer e nos deixou de maneira, uma
tanto quanto, “esperada”. Fez, faz e vai fazer muita falta para
os tímpanos aguçados e mentes pretensiosas, ávidas por
letra/música de qualidade.
Se
vivo fosse, o MAIOR de todos estaria completando neste dia 28 de junho de 2013 seus 68 anos. Que o Mito/Homem (admirador de Aleister
Crowley) que se foi, possa permear nossa mente por milênios, pois
ter fé em Deus e ter na vida é uma luta diária de todos, vamos
tentar, sempre outra vez.
Parabéns
Raulzito (Raul Santos Seixas *28/06/1945, +21/08/1989)
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