terça-feira, 4 de novembro de 2014

Cujusvis Hominis Est Errare

Tá, um jornalista como Xico Sá é burro quando tenta demonstrar seus "ideais" políticos, até concordo, em partes. Como leitor assíduo do mesmo, creio que pela carreira gutemberguiana do cara, lógico que ele não ia bater de frente tão bruscamente com a linha editorial do veículo para o qual trabalhava se não tivesse seus motivos, o qual parece que ninguém respeita. Creio que foi saco cheio, momento "Dia de fúria" com suas linhas futebolísticas-românticas e chefes sizudos. Achismo. Mas daí ver os descabelados cabos eleitorais virtuais, tanto de um lado quanto outro, criticar de maneira mútua Folha and Xico, me faz repensar academicamente como o discurso jornalístico nunca foi aquele bonitinho, ético, imparcial etc que o 1º semestre ensina com tanto esmero.

A teoria se distância da prática cada dia mais, em quase todas as áreas de atuação. A coluna de esportes com subtexto político foi o calcanhar de aquiles antiético da Folha e de Xico. Sim, são duas partes com percentuais iguais de "culpa" pelo rompimento de relações. O que me incomoda, e se não lhe incomoda é porque você é desprovido de senso crítico (ou um simples analfabeto funcional) é o fato de essa brigada armamentista política de "Ou  compactua com minha opinião, ou somos inimigos" existir e crescer a cada dia que passa. Outra é achar que o cara pediu demissão porque o governo tá pagando algo, quer dizer que não se pode ter mais convicções e tocar o foda-se?! Tudo tem que ser pra seguir regras de alguém, coisa ou instituição?! Se pensam assim, tenho pena de vocês, mentes lineares e mal acabadas de 8bits.

Vejamos, o cara errou feio, errou rude, ao bater o pé e querer publicar algo onde não devia. Humano, e muito, como ele é, porque não haveria o direito de pisar na bola, de frescar, de xingar e se esbaforir em rede social?! Direitos ele tem. A Folha também. Logo, os dois foram vitimas do extremismo que hoje assola por todos os cantos tipo um “Ou você é Bahia ou você é vitória!”. Pra quê isso, e se quiser apenas ser amante de futebol e não apaixonado por time A ou B?! Meio termo deixou de ser um direito e passou a ser defeito, há muito, e com maior força desde as últimas eleições pelo menos. Concordar discordando, elogiar criticando, faz parte de qualquer linha de raciocínio que possua o mínimo de bom senso.

Iria publicar esse texto antes, mas com certeza eu seria taxado de “reaça” ou “coxinha”. Mesmo deixando claro que foi babaquice de Xico e intransigência da Folha o fato do texto do cronista não poder ter sido publicado no caderno de esportes. Não é o fato de que “não podia”, concordo que não deveria ser publicado. Mas se fosse você, ou eu, e não visse uma mera comparação de FlaXFlu e eleições como uma menção escancarada de voto em X ou Y, apenas aproveitaria o espaço, a fama, as condições, o veículo em si o publicaria na coluna “Opinião” e pronto?! Emprego mantido, todos em paz, sem brigas ou polêmicas com os acéfalos facebukianos e happy end pra todos. Mas ele não o quis, errou, pagou pelo erro, é um direito dele, e discordar é um direito nosso. Simples assim.


P.S. Na guerra dos adjetivos salgatinescos sou “Quêbe de Arroz”. Sem mais!

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