domingo, 17 de agosto de 2014

Mudar as dúvidas, sem nunca deixar de tê-las



     Pensando com meus botões da camisa, já bem amassada, um questionamento me ferve a mente, um no meio de tantos que me explodem o cérebro todos os dias, nossas escolhas são nossas mesmo, ou na verdade não passam de uma junção de palpites alheios, suposições, divindades ou entes que "controlam" tudo,
e/ou conselhos de alguém que é de fato significante em nossas vidas?
Temos que aceitar o que somos. Vivo "pregando" isso, e agora bate uma vergonha minha ou alheia, não sei ao certo, de ter que pensar(Agora sim) ou melhor repensar com razoabilidade e não com fogo dos sonhos alheios e emoções compartilhadas, uma decisão tomada apenas pelo impeto de mudar por mudar. De maneira pura e simples.
Uma pausa nesse papo de "arrependimento emo". Enquanto escrevo, a playlist taca um
Creep - Radiohead, daqueles que fazem sentir  falta do que nunca nos pertenceu. Sabem como é isso, não?!
Pois bem, onde estávamos... ah tá, vergonha das escolhas. É isso. Então, já com mais de 30 e ainda se deixar levar por emoções, se é errado não sei, só sei que é incomodo. Não me importa o pensamento alheio, me importa a instabilidade nos meus pensamentos, nas "minhas" escolhas. De repente, você se vê contra a parede, com dedos em riste nos mostrando o "caminho", mas a estrada pode ser de tijolos amarelos no seu prisma, e se eu for daltônico, como fica? De pontos de vistas "corretos", boas intenções e pastores da universal o hell ta lotado. Um fato é, nunca faremos somente aquilo que gostamos, mas não é errado se empenhar para fazer algo onde se encontre prazer, mesmo que seja na mais ralé das "posições sociais". Algumas das pessoas mais felizes no mundo voltam pra casa à noite sujas e fedendo, vindo da labuta.
Uma luta de onde não sairemos vencedores não faz tanto sentido assim. Calma, isso não é um texto suicida. É só um pouco de devaneios, mas nada preocupante. Eu acho. Vamos lá. Então se não podemos ser responsáveis por nossas escolhas pra quê esses papo de livre arbítrio, se todas as vezes que temos algo pra decidir pensamos no impacto que isso irá causar no outro, e não no bem/mal que irá causar em nós mesmos? Sei, você dirá que o nome disso é responsabilidade. Mas não seria algo mais complexo, uma questão mais transversal do que simplesmente uma palavra que representa uma ação consciente?
Poder fazer escolhas, repensar, fazer de novo, fazer melhor deveria ser tão simples quanto respirar. A angústia das escolhas erradas é tão ruim quanto o direcionamento alheio ou o empurrão próximo para o caminho "certo".  Frustrações a parte, preciso mudar, eu tenho que mudar, mas será que eu quero mudar?! A maioria das infelicidades é acarretada, de fato, quando pomos em xeque se tudo que fazemos vale mais a pena para os outros do que pra si. Existe destino, fatalidade, caminho traçado etc? E porque não ser uma metamorfose ambulante, deixando de ter aquela velha opinião formada sobre tudo?!

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