terça-feira, 27 de novembro de 2012

Sobre mídia social,crimes,macarrões instantâneos e fulecos alheios.


É visível que a opinião pública está cada vez mais pautada no que é induzido pelos veículos de comunicação. Um exemplo claro foi a abordagem dada ao último julgamento do STF, onde heróis e mitos que beiram à divindade, seres quase dignos de um trono no Monte Olimpo nasceram, e vilões quase ao nível de Graphic Novels como Hell Blazer ou The Dark Night tiveram seus malefícios ratificados pela tal senhora cega da balança. Pois bem, tudo muito assistido e opinado com veemência por transeuntes que sequer leram alguma vez o artigo 5ºda constituição, mas esse não é o foco. Boa parte dos bandidos “famosos” e ladrões de galinha insignificantes são criados, enlatados e distribuídos pela televisão.
É isso mesmo. Ou vocês acham que Fernando beira mar (não, não chamemos de “Fernandinho” pois cria-se um identificação quase que emocional devido o fator diminutivo no nome do individuo, substituindo a figura má definida através de seus atos, pelo mito do supervilão. Estudem mais semiótica da linguagem audiovisual ok!?) existiria se não fosse a cobertura do fantástico ou jornal nacional?!Que o maníaco do parque seria “O maníaco” senão pela classificação da mídia sensacionalista? Observem e tirem suas conclusões.

O caso mais recente e comentado na imprensa televisiva, jornal impresso, web jornais e redes sociais, é o tão famoso caso do “goleiro Bruno”. Nos último dias há plantões e mais plantões de noticias, Talkie Shows vespertinos procurando um furo (se é que há ainda algum, no bom sentido é claro) acerca do caso. Vejamos que o envolvimento de várias pessoas e a não localização do corpo da vítima retarda a decisão dos juízes, temos o primo que era testemunha (foi assassinado), temos o criminoso que atende pela alcunha de “Bola” e a figura mais enigmática (sim enigmática, ora suposto amante de Bruno, ora co-autor do crime, ora o cara que vai jogar merda no ventilador, ora a piadinha cretina de que em 3 minutos ele solta tudo, igual miojo) vulgo “Macarrão”.

Viram como até eu que não assisti uma hora sequer desse julgamento, consigo ter mais ou menos uma noção dos envolvidos/vítima e etc. Lógico que tudo de maneira mais superficial possível, pois a devida importância não é dada por não haver necessidade. Vivemos em mundo onde achamos que todos sabem de tudo, mas não é bem assim meu caro devoto do santo google, existe algo mais além do tubo infecto(Marcelo Taz feelings) e da fibra ótica que conduz à navegação. Antes de achar que o menino pobre que virou presidente do STF é contar/a favor de cotas, se informe melhor, leia mais a respeito, antes de compartilhar imagens associadas a opiniões e frases que na maioria das vezes não são do Caio Fernando Abreu e nem da Clarice Linspector, assegure-se de que não está sendo mais um (a) a dar (compartilhar, enviar, curtir, favoritar, etc) informações que não dizem nada yeah, yeah (Engenheiros do Hawai, incidental).

Redes sociais não são dotadas de verdades absolutas, não são apenas mais um freak show, não são céu nem inferno, são apenas mais um meio para “interligar” pessoas num mundo onde a superficialidade de um instagram vale mais que um abraço de até logo no ponto de ônibus, na saída do trabalho, do colégio, do bar ou do puteiro. Portanto, se organizadores de um evento “importante” como uma copa mundial de futebol escolherem o nome mais esdruxulo do mundo pra uma mascote, paciência, a votação aconteceu segundo informações (olha eu mal informado aí, tão vendo?!) através de uma votação virtual em um determinado site. Mas nós somos assim, quando não temos do que reclamar, reclamamos que estamos há muito tempo sem reclamarmos de nada. Gringo gostou do nome?! Tá valendo. Afinal de contas diante de toda a pluri significância e transversalidade da comunicação, existe a resultante, a premissa básica que todo povo tupiniquim já sabe:Pimenta no fuleco dos brasileiros é refresco pago em dólar.

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