É
visível que a opinião pública está cada vez mais pautada no que é
induzido pelos veículos de comunicação. Um exemplo claro foi a
abordagem dada ao último julgamento do STF, onde heróis e mitos que
beiram à divindade, seres quase dignos de um trono no Monte Olimpo
nasceram, e vilões quase ao nível de Graphic Novels como
Hell Blazer ou The
Dark Night tiveram seus
malefícios ratificados pela tal senhora cega da balança. Pois bem,
tudo muito assistido e opinado com veemência por transeuntes que
sequer leram alguma vez o artigo 5ºda constituição, mas esse não
é o foco. Boa parte dos bandidos “famosos” e ladrões de galinha
insignificantes são criados, enlatados e distribuídos pela
televisão.
É isso mesmo. Ou vocês acham que Fernando beira mar (não, não
chamemos de “Fernandinho” pois cria-se um identificação quase
que emocional devido o fator diminutivo no nome do individuo,
substituindo a figura má definida através de seus atos, pelo mito
do supervilão. Estudem mais semiótica da linguagem audiovisual
ok!?) existiria se não fosse a cobertura do fantástico ou jornal
nacional?!Que o maníaco do parque seria “O maníaco” senão pela
classificação da mídia sensacionalista? Observem e tirem suas
conclusões.
O
caso mais recente e comentado na imprensa televisiva, jornal
impresso, web jornais e redes sociais, é o tão famoso caso do
“goleiro Bruno”. Nos último dias há plantões e mais plantões
de noticias, Talkie Shows vespertinos
procurando um furo (se é que há ainda algum, no bom sentido é
claro) acerca do caso. Vejamos que o envolvimento de várias pessoas
e a não localização do corpo da vítima retarda a decisão dos
juízes, temos o primo que era testemunha (foi assassinado), temos o
criminoso que atende pela alcunha de “Bola” e a figura mais
enigmática (sim enigmática, ora suposto amante de Bruno, ora
co-autor do crime, ora o cara que vai jogar merda no ventilador, ora
a piadinha cretina de que em 3 minutos ele solta tudo, igual miojo)
vulgo “Macarrão”.
Viram
como até eu que não assisti uma hora sequer desse julgamento,
consigo ter mais ou menos uma noção dos envolvidos/vítima e etc.
Lógico que tudo de maneira mais superficial possível, pois a devida
importância não é dada por não haver necessidade. Vivemos em
mundo onde achamos que todos sabem de tudo, mas não é bem assim meu
caro devoto do santo google, existe
algo mais além do tubo infecto(Marcelo Taz feelings)
e da fibra ótica que conduz à navegação. Antes de achar que o
menino pobre que virou presidente do STF é contar/a favor de cotas,
se informe melhor, leia mais a respeito, antes de compartilhar
imagens associadas a opiniões e frases que na maioria das vezes não
são do Caio Fernando Abreu e nem da Clarice Linspector, assegure-se
de que não está sendo mais um (a) a dar (compartilhar, enviar,
curtir, favoritar, etc) informações que não dizem nada yeah,
yeah (Engenheiros do Hawai,
incidental).
Redes
sociais não são dotadas de verdades absolutas, não são apenas
mais um freak show, não
são céu nem inferno, são apenas mais um meio para “interligar”
pessoas num mundo onde a superficialidade de um instagram
vale mais que um abraço de até logo no ponto de ônibus, na saída
do trabalho, do colégio, do bar ou do puteiro. Portanto, se
organizadores de um evento “importante” como uma copa mundial de
futebol escolherem o nome mais esdruxulo do mundo pra uma mascote,
paciência, a votação aconteceu segundo informações (olha eu mal
informado aí, tão vendo?!) através de uma votação virtual em um
determinado site. Mas nós somos assim, quando não temos do que
reclamar, reclamamos que estamos há muito tempo sem reclamarmos de
nada. Gringo gostou do nome?! Tá valendo. Afinal de contas diante de
toda a pluri significância e transversalidade da comunicação,
existe a resultante, a premissa básica que todo povo tupiniquim já
sabe:Pimenta no fuleco dos brasileiros é refresco pago em dólar.
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