sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Noel

Dezembro, é o único mês do ano onde o sentimento humanitário aflora, todos são bonzinhos, pedem desculpas, querem ser diferentes, fazem promessas e guardam os desentendimentos numa caixinha com cadeado e jogam a chave fora(mas em janeiro quebram o cadeado), pra viver as duas semanas do natal e ano novo como num conto de fadas, onde tem festinha, todos são felizes e nada mais importa. Ah, a ilusão... a raiva, a decepção e o “quebra pau” do ano inteiro passa quando se ganha o presente esperado ou abraço que não se teve durante os outros 359 dias!? O mercado adora a categorização das datas, “é época de dar presentes” - diz o anuncio de um loja caríssima da região. O tal do papai noel, ainda bem que a meninada (80%) já sabe que é o cartão de crédito do papai ou da mamãe. Portanto, não devemos esquecer que no inicio do ano é realmente a época que mais precisamos nos unir (pra pagar as contas) precisamos de oração (contra as doenças, já que não temos dinheiro para o tratamento), precisamos dar as mãos para não corremos o risco de cairmos no abismo sozinhos (tem sempre alguém que a gente quer levar junto) e por fim agradecer ao ano que se inicia, mais uma vez do mesmo jeito, e que você já olha os dias em vermelho no calendário para descansar, já que a correria das compras não lhe deram tempo nem de pensar no significado de tudo isso, nem na fé que se deposita nos caixas eletrônicos e nem nos abraços pagos com cartões American Express.
O natal está cada vez mais com menos significado(se é que realmente ele tem um) e com mais vermelho na conta bancária dos compradores de perdão.

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