Há muito venho pensando sobre signo, significante e significado da palavra "resiliência", sem aprofundar na respectiva etimologia, mas me debruçando em sua aplicabilidade na prática. Palavra da moda, palavra na moda.
Nem sempre fui assim, mas também as coisas nunca foram assim.
Vivendo dias em que não tenho coragem, tampouco vontades, mas lá vou, dizendo que não aguento e aguentando um dia atrás do outro, com noites (em claro) no meio.
Até aqui cheguei, mas onde é exatamente "aqui"?! Onde o peso dos dias exaustivos me tirou toda a vontade de mudar, de se achar e de se (re)descobrir?! Muitas perguntas(eu sei), mas um gênio musical falou há tempos que alguns queriam respostas, sem saber sequer fazer as perguntas.
Às vezes sinto que perdi aquela parte onde a gente ainda existe, que se importa consigo, que se cuida e zela pela sobriedade do raciocínio aparente. Às vezes não. Simplesmente dou voz ao cansaço e às obrigações, e mais um dia se vai...se foi.
Sinto no tom das conversas aleatórias, com pessoas semi-perfeitas em seus mundo habitáveis e pujantes, que tudo é questão de querer, apenas. Puxa, como não percebi isso antes!?
Contém doses homeopáticas de ironia, se chegou até aqui terá percebido, espero.
Pois bem, luto solitariamente contra vários demônios todos os dias, mas em silêncio, apesar dos pesares. Não curto a onda de me abrir no vazio dos consultórios pagos com nosso suor sagrado, que ao final resultam (quase sempre) numa tática milenar baseada no "do it yourself".
Quando jovem, pensava em estar mais ou menos onde estou (misto de mentira com piada interna) e por incrível que pareça não gostaria de ser jovem novamente. Não pra viver a juventude que tive, talvez outra linha temporal, aí sim. Foco.
Consigo me planejar profissionalmente com certa tranquilidade e eficácia. Mas dói não conseguir ser eficiente da mesma forma quando "a firma" sou eu. Talvez seja só comigo, ou de fato eu seja alguém "especial" (tsc). Nunca saberei. Força.
Esforços tremendos são concentrados em prol das melhorias e auto correções diárias, semanais, mensais. Dessas, que em uma discussão são as primeiras a serem apontadas, jogadas na cara e/ou relembradas com intuito certo. Fé.
Tudo aqui é pessoal, viu pessoal!?
Nem pra me agarrar numa força superior eu presto. Queria me deixar iludir, pelo menos teria uma desculpa sobre quando não dá certo(a maioria das vezes), falaria sobre mistérios e desígnios do invisível e imprevisível.
Aqui ninguém vai pro céu.
Sempre que tento me cobrar menos é onde fracasso mais. Mesmo sabendo que há muito fui menos e o mais é relativo dado ao ponto de vista. Nem faltar, nem transbordar, se alguém souber o segredo me manda mensagem por favor.
Enquanto tiro a poeira de meu abandonado diário de bordo (que me acompanha até aqui) mesmo que aparentemente à deriva, sigo o curso da sanidade fracionada. É uma parte que toma muito do todo.
Bem, vejamos se não fosse essa leva de desgraças acumuladas que assola à todos (ou quase), quais parâmetros teríamos além do pão que cai com a manteiga pra baixou, dois pneus furados num dia chuvoso ou o cano vazando no banheiro sujo?!
Bem aventurados os dias de insanidade, eles nos dão resistência pra seguir com nossos gritos silenciosos e nossos silêncios que bradam inaudivéis à percepção externa.
SILÊNCIO! Homo sapiens sapiens trabalhando.