quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Uma dose de bom senso para a hipocrisia nossa de cada dia




Os dias andam nebulosos. De repente todos resolveram assumir suas mesquinharias disfarçadas de opinião embebidas nos barris do senso comum. A quem diga que isso é normal. Mas, em se tratando de “normalidade” o que não o é na atual conjuntura?!

Não existe paraíso, sabemos que não. Gostamos de mentir pra si, é confortável, aconchegante e engorda. Culpados, precisamos de culpados, precisamos apontar, de aprontar pra cima dos que vão de encontro às nossas opiniões, convicções, religiões. Tá tudo indo na contramão da evolução, e olha que Darwin dificilmente erra.

Falta bom senso nas falas, posturas, atitudes e sobra açúcar nos cafezinhos que a vida nos traz. É pra temer? Sim. Com certeza. Imagina só uma gama de seres pedindo, quase que implorando, através de um discurso batido e neandertal pela volta do autoritarismo!? - Porque naquele época tudo era bom(Quase aquela capa da revista das Testemunhas de Jeová cujos vendedores/pregadores acordam vocês aos sábados).Eles dizem.

Vemos isso ganhando força por culpa de várias situações, que de fato corroboram para a revolta coletiva, digo, seletiva. A sensação de injustiça faz com que bandeiras de radicalismos/extremismos ganhem adeptos. Isso é ruim, muito ruim. Vejam as chamadas “mídias sociais”, que mais parecem júri, juiz e carrasco (não necessariamente nessa sequência), todos os dias um condenado, todos os dias um culpado, todos os dias um suspeito, todos os dias um “pra quê direitos?!” Pra nós, meros mortais, pobres de espírito e economicamente inviáveis? Acho que não.

Tento entender qual a necessidade de se provar, comprovar, ratificar as “verdades” que cada um traz de si como bagagem nessa viagem de encontros e desencontros que chamamos de vida, confesso que não consigo. Fico triste pela falta de tato nosso com o que de fato importa: Respeito. Não chego nem no âmbito complexo dos “direitos e deveres” que norteia boa parte da sociedade pós moderna. Falo de respeito pela figura humana. Respeito, simples puro e primal.

Para uns respeito é ração humana, para saciar uma fome física, mas não aquela fome de dignidade, essa, foda-se. Para outros trata-se de guiar-se cegamente pelas várias cartilhas de “regrinhas” escritas e traduzidas a bel prazer a mais ou menos dois mil e tantos anos. Mas o que seria de fato? Se trataria apenas de respeito às decisões cuja a plurisignificância não tenham impacto no espaço alheio? Pode ser, mas pode não ser só isso.


É mais complexo, exige raciocínio. No entanto, em tempos recheados com delírios coletivos enlatados, comercializados nas prateleiras do ódio travestido de senso de justiça, isso é quase impossível. Sim, é “impossível”, esse tal negócio de pensar.

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