Os dias andam nebulosos. De repente todos
resolveram assumir suas mesquinharias disfarçadas de opinião
embebidas nos barris do
senso comum. A quem diga que isso é normal. Mas, em se tratando de
“normalidade” o que não o é na atual conjuntura?!
Não existe paraíso, sabemos que não.
Gostamos de mentir pra si, é confortável, aconchegante e engorda.
Culpados, precisamos de culpados, precisamos apontar, de aprontar pra
cima dos que vão de
encontro às nossas opiniões, convicções, religiões. Tá tudo
indo na contramão da evolução, e olha que Darwin dificilmente
erra.
Falta bom senso nas falas, posturas,
atitudes e sobra açúcar nos cafezinhos que a vida nos traz. É pra
temer? Sim. Com certeza. Imagina só uma gama de seres pedindo, quase
que implorando, através de um discurso batido e neandertal pela
volta do autoritarismo!? - Porque naquele época tudo era bom(Quase
aquela capa da revista das Testemunhas de Jeová cujos
vendedores/pregadores acordam vocês aos sábados).Eles dizem.
Vemos
isso ganhando força por culpa de várias situações, que de fato
corroboram para a revolta coletiva, digo, seletiva. A sensação de
injustiça faz com que bandeiras de radicalismos/extremismos ganhem
adeptos. Isso é ruim, muito ruim. Vejam as chamadas “mídias
sociais”, que mais parecem júri, juiz e carrasco (não
necessariamente nessa sequência), todos os dias um condenado, todos
os dias um culpado, todos os dias um suspeito, todos os dias um “pra
quê direitos?!” Pra nós,
meros mortais, pobres de espírito e economicamente inviáveis? Acho
que não.
Tento entender qual a necessidade de se
provar, comprovar, ratificar as “verdades” que cada um traz de si
como bagagem nessa viagem de encontros e desencontros que chamamos de
vida, confesso que não consigo. Fico triste pela falta de tato nosso
com o que de fato importa: Respeito. Não chego nem no âmbito
complexo dos “direitos e deveres” que norteia boa parte da
sociedade pós moderna. Falo de respeito pela figura humana.
Respeito, simples puro e primal.
Para uns respeito é ração humana, para
saciar uma fome física, mas não aquela fome de dignidade, essa,
foda-se.
Para outros trata-se de guiar-se cegamente pelas
várias cartilhas
de “regrinhas” escritas e traduzidas a bel prazer a mais ou menos
dois
mil
e tantos anos. Mas o que seria de fato? Se trataria apenas de
respeito às decisões cuja a plurisignificância não tenham impacto
no espaço alheio? Pode ser, mas pode não ser só isso.
É mais complexo, exige raciocínio. No
entanto, em tempos recheados com delírios coletivos enlatados,
comercializados nas
prateleiras do ódio travestido de senso de justiça, isso é quase
impossível. Sim, é “impossível”, esse tal negócio de pensar.
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