terça-feira, 13 de setembro de 2016

Sem transtorno,choro e nem vela. Precisamos falar sobre relacionamentos reais.

Pra inicio de conversa, eu necessitaria ter a destreza/delicadeza do Gregório Duvivier para com as palavras e o humor ácido (ao descrever cenas do cotidiano) do Rafinha Bastos, para tentar "polemizar" com esse texto, coisas que não tenho. Vamos falar de algo delicado na vida de todo mundo? Vamos! Mas lembrando sempre que “a gente” não é “todo mundo”.

Surfando a ondinha do mais do mesmo que valem likes/deslikes, resolvi, pensando com meus botões, tentar entender a essência de um relacionamento. Tudo isso levando em consideração que descordo totalmente da narrativa melosa à la “Sabrina/Bianca/Júlia” e parcialmente do engajamento humorístico romantizado tentando descrever/transcrever a vida real de “gente como gente”.

A vida (adulta) é mais cruel do que “mocinho” morrendo em casamento de novela das oito. Quando chega não pergunta se pode entrar com todos os problemas e imposições, ela apenas entra sem limpar os pés, abre a geladeira, pega a última lata de cerveja, senta no sofá, toma o controle da TV da nossa mão e pronto.

Relacionamentos são uma espécie de upgrade da vida (adulta), são o limiar entre responsabilidade adquirida e gramática no singular jogada pelo ralo da pia. Sabe aqueles sonhos?! Pois é, eles não são mais só seus.

Quando digo isso não significa algo como ter dentro de si um egoísmo brutal, ter um ego maior do que o king-kong ou sido doutrinado por uma criação “machista-erradista” disseminada de geração a geração. A divisão de sonhos não existe literalmente, é apenas uma maneira de dizer que os mesmos foram transformados em algo que poderíamos chamar de reorganização de prioridades.

Não se trata de traçar planos com etapas complexas compostos por gráficos e apresentações de slides motivacionais. Vixe. Se trata de algo mais, quase que imperceptível. Descrever sentimentos de início, meio ou fim de relação, sejam eles quais forem, é praticamente um exercício de autoanalise.

Se pudéssemos provar/comprovar que a parte boa que ficou do outro(a) que se foi somos nós mesmos?!Sim caros amigos leitores (pouco mais de 5 AMIGOS que leem isso por aqui na verdade), teríamos plena consciência dos erros que proporcionaram o fim, ou dos acertos responsáveis pela continuidade?

Relações interpessoais amorosas e/ou apaixonadas são mais complexas do que os cálculos responsáveis por mensurar a massa de um buraco negro (o google pode mostrar que é simples, mas não é). E vocês se derretem sempre que veem/leem algo romântico sendo escrito/narrado/descrito. Ok. Nada demais, entendo a necessidade extrema de alguns, que abseuam por "opiniões" lúdicas acerca de um tema tão complicado. Para mim, esse tipo de coisa remete a algo tão irrelevante e fora da realidade como poemas e “cancionetas” compostas durante uma guerra mundial. Isso vende, isso agrada, eu sei.

Na verdade, (em minha concepção de verdade) não se trata de amor/paixão/tesão/diversão, se trata de compromisso, respeito e de compreensão (isso tá acabando como algo do tipo crônicas de pasquim de domingo no formato Augusto Cury), do quanto se pode suportar determinados problemas passageiros ou desfrutar de felicidades “instantâneas” ao longo do tempo, e ainda assim persistir/insistir ou (não)desistir.


Trata-se de dividir as contas de luz/água/internet/netflix/telefone/veterinário, dividir a conta do jantar a dois, as frustrações profissionais sentados no sofá da sala ao fim dia. Se trata de aturar os defeitos, reconhecer os próprios, tentar melhorar, errar e pedir desculpas. 

Trata-se de contar a piada sem graça no almoço de domingo e ainda ouvir a gargalhada da(o) parceira(o) exatamente igual ao tempo de namoro. Isso, não sei se é amor/paixão, isso eu tenho certeza que é ter um relacionamento de verdade.

Quando acabar(o pra sempre, sempre acaba), talvez teremos registrados conosco essa memória real e latente de como é e/ou foi bom enquanto valeu a pena.

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