quarta-feira, 27 de março de 2013

Ser direito ou ter direito de ser?!


Há tempos suspeito no limiar de minha ignorância, que há uma confusão de sentimentos permeando a mente e habitando em quase todos os corações virtuais(ou não). Conclusão essa, atingida com base nos recentes acontecimentos com destaque midiático e ampla divulgação nas redes"sociais". Ocorrências vistas com frequência em todos os cantos, com a “melhor” das intenções - nota mental: o inferno tá cheio - para tentar levar a “verdade” onde ela necessita chegar. Será que ela necessita chegar a algum lugar?!

Todos nós nos achamos no direito de falar, lutar, ir e vir, apontar o dedo e contestar. Isso pode ser considerado correto amigos? Não! A premissa básica para se obter um juízo de valor acerca de um determinado assunto ou pessoa é o conhecimento da história de ambos, conhecimento mais profundo do assunto em questão, ou o mergulho na alma e nos sentimentos do individuo. Pois bem, não temos esse acesso, e nunca teremos. Portanto vale o clichê de “você não sabe o quanto caminhei pra chegar até aqui”, e não sabe da minha, (nem da sua) ou da nossa história. Contenha-se antes de abrir a boca pra cuspir devaneios sobre lutas de causas, classes e direitos, sem ter a mínima noção do reflexo que isso terá.

Acontece que esse direito amigo(s), essa democracia amiga(s), há muito perdeu o sentido literal e passou a perpetuar o oposto através das tão recorrentes(e na maioria das vezes àcefalas) incitações públicas, debates descontextualizados e "verdades" montadas com auxílio do fotoshop.

Quem disse o quê, quem compartilhou o quê, não fará a menor diferença. Se você não se respeita,jamais conseguirá respeitar os outros (direitos, espaço,opiniões etc) isso é fato, quer você concorde ou não. Trabalhe sempre com a hipotese de que pessoas são tão diferentes umas das outras que a mesmice nas opiniões causaria um colapso social gigantesco, a ponto da existência humana entrar em xeque. Ou você acha que o ser humano se define pelo que representa ou veste, ou personifica em público?! Na verdade ele se define pelas atitudes e”Way of life” esse, que incomoda muita gente. Não estou aqui defendo classe A, B, C ou LGBT, sou a favor da ampla discurssão, do debate franco e contra acusações infundadas, meias verdades e meias mentiras.

Ponto de vista, pespectiva, prisma, que seja, chame como você quiser, todos tem o seu.Na maioria das vezes são tão próximos e parecidos com o do outro que na verdade nos deixamos confudir que há um opinião massificada e homogenea, quando na verdade há um caldeirão de ideias que não ficaram tempo suficiente no fogo para tomar a forma devida: Aquela da comida feita com diferentes temperos porém que se complementam, tomando uma forma e sabor disforme, mas que agrada a paladares simples e as vezes os mais exigentes.

Eu acho (minha caixa de achismos hoje tá cheia hein?!) que debate democrático igualitário seria mais ou menos isso, respeitar-se sem agressões – sejam elas com socos ou palavras – pois todas elas ferem , a primeira de forma física, fácil de curar. A segunda fere a alma, contusão essa que pode acarretar num turbilhão de emoções, que se não puderem ser contidas explodirão numa erupção de falacias e dedos apontados, pedidos de renúncia, marchas noturnas, protestos e olhares para o prórpio umbigo. Creio que essas atitudes não resolverão os problemas em questão, levarão todos ao mesmo nivel de debate(os quais ambos críticam) o que muitos não querem, mas acabam sucumbindo por “culpa” de não rever (não conseguir enxergar mesmo) os conceitos básicos para a boa convivência social,o respeito seguido da não menos importante tolerência.

Por conta dessas opiniões inconsequentes é que surgem debates catastróficos como a reforma do código penal com sugestões como pena de morte, a descriminalização do uso de determinada substância, mas a criminalização do usuário etc. Isso faz “formigar” a sociedade, com os contra e a favor, onde nem sequer é analisada a estrutura social em que vivemos, um país de impunidades, de meias liberdades, de um povo bom e trabalhador, mas que esquece de tudo quando uma bola rola ou um tambor rufa. Um povo que na verdade, às vezes, sente pena de sí, quando deveriam levantar a cabeça, se educar, se reciclar ou tentar fazer alguma coisa pra tentar mudar o “Status Quo”.

Já imaginaram como seria se tudo fosse resolvido na base das agressões físicas ou verbais? Teriamos um ringue - ou octógono já que tá na moda – de um lado Marco Feliciano X Jean Willys, ou Papa Francisco X Silas Malaia(representado todos os protestantes)?! Seria um verdadeiro “Freak Show” e não resolveria nada. Pensem que os acontecimentos estão tomando proporções alarmantes, invadindo os lares e dividindo a opinião pública, motivo? - A falta do bom senso, o excesso da propagação de informação inútil, das discurssões em timelines ganhando cada vez mais força quando não deveriam. Na verdade se todos nós respeitassemos a “liberdade” individual tudo seria mais fácil.

Me desculpem, se não sou alienado o suficiente para acreditar cegamente em um livro escrito há mais de 2000 anos(traduzido livremente com o intuíto de criar uma proposta diferente de religião). Desculpem-me se não saio às ruas com uma faixa na mão pedindo respeito, direito de respostas e querendo crucificar um político sem escrúpulos(quase redundância) que foi eleito para presidir uma comissão que muitos julgam só proteger “bandidos”. Mais um (pré) conceito arraigado por culpa de nossas leis arcaicas, do nosso estado nada laico e de nossa sociedade de “ovelhas”, seguidoras cada uma de sua classe pastoral querendo uma única e exclusiva coisa: RESPEITO.

Não adianta querer mudar tudo ao seu redor, você não vai conseguir. Comece mudando a sí mesmo, já é alguma coisa. Experimente tentar.

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