Há
tempos suspeito no limiar de minha ignorância, que há uma confusão
de sentimentos permeando a mente e habitando em quase todos os
corações virtuais(ou não). Conclusão essa, atingida com base nos
recentes acontecimentos com destaque midiático e ampla divulgação
nas redes"sociais". Ocorrências vistas com frequência em
todos os cantos, com a “melhor” das intenções - nota mental: o
inferno tá cheio - para tentar levar a “verdade” onde ela
necessita chegar. Será que ela necessita chegar a algum lugar?!
Todos
nós nos achamos no direito de falar, lutar, ir e vir, apontar o dedo
e contestar. Isso pode ser considerado correto amigos? Não! A
premissa básica para se obter um juízo de valor acerca de um
determinado assunto ou pessoa é o conhecimento da história de
ambos, conhecimento mais profundo do assunto em questão, ou o
mergulho na alma e nos sentimentos do individuo. Pois bem, não temos
esse acesso, e nunca teremos. Portanto vale o clichê de “você não
sabe o quanto caminhei pra chegar até aqui”, e não sabe da minha,
(nem da sua) ou da nossa história. Contenha-se antes de abrir a boca
pra cuspir devaneios sobre lutas de causas, classes e direitos, sem
ter a mínima noção do reflexo que isso terá.
Acontece
que esse direito amigo(s), essa democracia amiga(s), há muito perdeu
o sentido literal e passou a perpetuar o oposto através das tão
recorrentes(e na maioria das vezes àcefalas) incitações públicas,
debates descontextualizados e "verdades" montadas com
auxílio do fotoshop.
Quem
disse o quê, quem compartilhou o quê, não fará a menor diferença.
Se você não se respeita,jamais conseguirá respeitar os outros
(direitos, espaço,opiniões etc) isso é fato, quer você concorde
ou não. Trabalhe sempre com a hipotese de que pessoas são tão
diferentes umas das outras que a mesmice nas opiniões causaria um
colapso social gigantesco, a ponto da existência humana entrar em
xeque. Ou você acha que o ser humano se define pelo que representa
ou veste, ou personifica em público?! Na verdade ele se define pelas
atitudes e”Way of life”
esse, que incomoda muita gente. Não estou aqui defendo classe A, B,
C ou LGBT, sou a favor da ampla discurssão, do debate franco e
contra acusações infundadas, meias verdades e meias mentiras.
Ponto
de vista, pespectiva, prisma, que seja, chame como você quiser,
todos tem o seu.Na maioria das vezes são tão próximos e parecidos
com o do outro que na verdade nos deixamos confudir que há um
opinião massificada e homogenea, quando na verdade há um caldeirão
de ideias que não ficaram tempo suficiente no fogo para tomar a
forma devida: Aquela da comida feita com diferentes temperos porém
que se complementam, tomando uma forma e sabor disforme, mas que
agrada a paladares simples e as vezes os mais exigentes.
Eu
acho (minha caixa de achismos hoje tá cheia hein?!) que debate
democrático igualitário seria mais ou menos isso, respeitar-se sem
agressões – sejam elas com socos ou palavras – pois todas elas
ferem , a primeira de forma física, fácil de curar. A segunda fere
a alma, contusão essa que pode acarretar num turbilhão de emoções,
que se não puderem ser contidas explodirão numa erupção de
falacias e dedos apontados, pedidos de renúncia, marchas noturnas,
protestos e olhares para o prórpio umbigo. Creio que essas atitudes
não resolverão os problemas em questão, levarão todos ao mesmo
nivel de debate(os quais ambos críticam) o que muitos não querem,
mas acabam sucumbindo por “culpa” de não rever (não conseguir
enxergar mesmo) os conceitos básicos para a boa convivência
social,o respeito seguido da não menos importante tolerência.
Por
conta dessas opiniões inconsequentes é que surgem debates
catastróficos como a reforma do código penal com sugestões como
pena de morte, a descriminalização do uso de determinada
substância, mas a criminalização do usuário etc. Isso faz
“formigar” a sociedade, com os contra e a favor, onde nem sequer
é analisada a estrutura social em que vivemos, um país de
impunidades, de meias liberdades, de um povo bom e trabalhador, mas
que esquece de tudo quando uma bola rola ou um tambor rufa. Um povo
que na verdade, às vezes, sente pena de sí, quando deveriam
levantar a cabeça, se educar, se reciclar ou tentar fazer alguma
coisa pra tentar mudar o “Status Quo”.
Já
imaginaram como seria se tudo fosse resolvido na base das agressões
físicas ou verbais? Teriamos um ringue - ou octógono já que tá na
moda – de um lado Marco Feliciano X Jean Willys, ou Papa Francisco
X Silas Malaia(representado todos os protestantes)?! Seria um
verdadeiro “Freak Show”
e não resolveria nada. Pensem que os acontecimentos estão tomando
proporções alarmantes, invadindo os lares e dividindo a opinião
pública, motivo? - A falta do bom senso, o excesso da propagação
de informação inútil, das discurssões em timelines
ganhando cada vez mais força quando não
deveriam. Na verdade se todos nós respeitassemos a “liberdade”
individual tudo seria mais fácil.
Me desculpem, se não sou alienado o suficiente para
acreditar cegamente em um livro escrito há mais de 2000
anos(traduzido livremente com o intuíto de criar uma proposta
diferente de religião). Desculpem-me se não saio às ruas com uma
faixa na mão pedindo respeito, direito de respostas e querendo
crucificar um político sem escrúpulos(quase redundância) que foi
eleito para presidir uma comissão que muitos julgam só proteger
“bandidos”. Mais um (pré) conceito arraigado por culpa de nossas
leis arcaicas, do nosso estado nada laico e de nossa sociedade de
“ovelhas”, seguidoras cada uma de sua classe pastoral querendo
uma única e exclusiva coisa: RESPEITO.
Não
adianta querer mudar tudo ao seu redor, você não vai conseguir.
Comece mudando a sí mesmo, já é alguma coisa. Experimente tentar.
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